sábado, novembro 09, 2002

NÃO FOI PRECISO ESPERAR MUITO

Como falei, logo viriam as estranhezas sobre a débil atuação do Flu contra o Palmeiras.
Segue o que disse o Calazans (O Globo – 08 de novembro)


O avesso do Flu

Lembram-se daquela atuação, digamos, antológica (para os dias de hoje) do Fluminense, no último domingo, derrotando o Corinthians por 2 a 0 no território inimigo? Tudo certinho, tudo arrumadinho, tudo bem-feitinho — defesa, meio de campo e ataque? Pois imaginem o oposto, o diametralmente oposto. Tudo erradinho — defesa, meio de campo e ataque. Foi na quarta-feira.

Derrota de 3 a 0 para o Palmeiras diante da brava torcida tricolor, no Maracanã. Como um time pôde esquecer, em apenas três dias, todas as lições que aprendera? Eu não sei. Talvez o técnico Renato e os jogadores já tenham detectado o que aconteceu.

Corajoso, Renato foi. Escalou três atacantes, projeto que já vinha acalentando, e no início do jogo até funcionou. Quando tudo ainda caminhava bem, Roni deixou Magno Alves na cara do gol, mas Magno Alves tocou mal a bola, perdeu o domínio e saiu com ela e tudo pela linha de fundo.

Podia ter aproveitado o embalo e saído de campo ele mesmo, porque dali para a frente, até o fim, Magno Alves errou tudo.

E, a partir da saída de Beto, mais uma vez contundido, aos 15 minutos de jogo, não só Magno Alves mas todo o time do Fluminense passou a errar tudo. Tudinho.

Aqui há alguma coisa estranha. Beto pode ser até um jogador importante para o Fluminense na nossa atual escassez de craques e de cérebros no meio de campo. Mas não se justifica que um time, qualquer time, perca o rumo por falta de um jogador como Beto. Se perde, é porque ainda não é um time, como a gente pensou que fosse.

Quanto aos três atacantes, não sei com certeza quantas formas distintas existem para utilizá-los ao mesmo tempo (o Tostão e o Parreira sabem). Sei, porém, que daquela forma como se comportaram Roni, Romário e Magno Alves é que não pode ser: embolando os três pelo meio e contribuindo, eles próprios, para aglomerar defensores do Palmeiras no meio da área.

Ruim com três, ruim com dois, depois que Romário saiu: não foi por causa do número de atacantes que o Fluminense jogou tão mal.


PRECISA DIZER ALGUMA COISA MAIS?

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