segunda-feira, novembro 04, 2002

Agora é que são elas

Campanha é festa, adrenalina, um barato, dizem os candidatos. Vitória é ainda melhor. Mas no dia seguinte à orgia cívica começa a ressaca. O vitorioso, quem quer que seja, dificilmente vai viver momentos como esses nos próximos quatro anos. Campanha é promessa e promessa é dívida. Depois de passar meses ouvindo tantas ofertas de um Brasil melhor, o eleitor não vai dar de barato, não vai aceitar desculpas. Quem mandou criar expectativas? Quem mandou atiçar as demandas reprimidas? Que o vencedor se prepare para as cobranças. Se for o Lula então! Não adianta apelar: “Esperem um pouco, não é assim, não faço milagre”. Vá explicar ao pai de família desempregado há quase um ano que aqueles oito ou dez milhões de empregos prometidos não são para já, como a fome dele. Por dinheiro nenhum do mundo eu gostaria de estar no lugar do presidente eleito deste país que vem por aí. A crise interna e externa se agravando, os problemas insolúveis, as pressões de todos os lados. O povo reclamando, a oposição implacável, a imprensa em cima, sem largar do pé, exigindo o cumprimento de cada promessa, pegando cada falha. Só mesmo para quem acha que o poder é afrodisíaco. O eleito verá testados todos os seus limites de paciência e tolerância. O Serra, justiça seja feita, jamais prometeu simpatia: tem aquela cara de sempre e nunca recebeu bem as críticas da imprensa. Já o Lulinha paz e amor... Quero ver como se comporta levando paulada, sendo xingado, sendo acusado justa ou injustamente como nesses últimos oito anos FH foi.

Trecho de coluna do Zuenir Ventura de 26/10/02

TE CUIDA LULINHA!!!

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