segunda-feira, maio 10, 2004

GOSTEI!!!
Acho que com a nova roupagem e templates do Blogspot, deverei rever minhas posições e pensar, seriamente, se não é por aqui que eu vou colocar os meus textos mais sérios, sem pensar em imagens (até prá simplificar).
Acho que é o(um) caminho.

GOSTEI MESMO!!!
TURMA DE 1956

Haviam acabado de entrar na Faculdade. Os grupinhos e amizades ainda não estavam definidos. Alguns amigos e colegas do curso vestibular, uns poucos companheiros de colégio, conhecidos eventuais. De certa forma eram estranhos a procura de suas identidades e afinidades.

Muitas matérias no 1º ano. Os nomes, nas listas de chamadas, serviriam para que começasse a se conhecer. Turmas enormes. Em algumas matérias o grupo teve de ser dividido em turmas menores, como as de Desenho, com uns 15 / 20 alunos, o que obrigava uma maior aproximação natural. Um aluno posava e os colegas o desenhavam. Gozações e brincadeiras, inevitáveis! Entre os quase 120 alunos, apenas cinco meninas no grupo. Uma delas, a Elenna.
Com esse nome diferente, talvez a mais bonita da turma, foi exatamente a primeira que serviu de modelo. Isso duraria umas três ou quatro sessões, para satisfação geral e as naturais paqueras e piadinhas.
Não ficou clara a razão, mas Elenna, mesmo timidamente, bandeou-se para os lados do Fábio. Mas, todos sabiam, ele era noiva na localidade de onde viera. Esse suposto noivado acabou atrapalhando o desenvolvimento do namoro. Nunca engrenou! Saíam juntos, iam ao cinema, estavam sempre próximos, mas, pelo menos para ela, o namoro não era possível. O primeiro ano acabou, e o quase namoro, também. Ficaram amigos.

Nos anos seguintes do curso, seguiram seus caminhos. Fábio, conheceu outra moça e acabou ficando noivo. Elenna, namorou outro rapaz, esqueceu-se do prometido da cidade pequena. Noivou, também. No último ano da Faculdade, vésperas da formatura, ela, de casamento marcado, foi conversar com Fábio; cheia de dúvidas. Conversaram horas. Ela queria saber como ele havia acabado seu noivado, como tinha sido o rompimento e outros pormenores. Detalhe: Fábio havia terminado o noivado.

Tempo de Formatura! Entre as tantas comemorações, foi organizada uma festa, com música e tudo, naquele mesmo salão onde ocorriam as aulas de Desenho do 1o ano. Festa maravilhosa! Comidinhas, bebidinhas, lá estavam todos, com suas namoradas, noivas e muitos, Fábio um deles, completamente livres e soltos. Fábio não era de dançar, mas o momento e o alegria geral, empurraram-no e ele foi para o salão. Dançava com a irmã de um amigo colega de turma, quando foi interrompido, pela Elenna, que o tirou dos braços da outra, dizendo:
"Se ele vai dançar com alguém tem que ser comigo!"
Surpreso e feliz, Fábio aceitou o convite. Parecia que ele esperava por isso! Dançaram e se beijaram, sem qualquer preocupação ou cuidado, pelo resto da festa. O inesperado acontecera, para espanto e pasmo da irmã de Ellena, que fora a festa. Afinal ela estava noiva e de casamento marcado para as próximas semanas.
A festa acabou, despediram-se felizes como os enamorados, entre beijos e carinhos. Combinaram de se falar no dia seguinte. Em tempo: o noivo da Ellena não tinha ido a festa, claro!

Manhã seguinte, cinzenta, início de janeiro de 1961, o encontro. Num pátio da Faculdade, inteiramente vazia. Fábio chegou primeiro; esperaria. Falar o quê, do quê? Passada a enorme euforia do momento da festa, refletira sobre o que acontecera, as possíveis repercussões e desdobramentos. Afinal, Elenna estava noiva, de casamento marcado!
Elenna chegou. Sentaram-se num banco de madeira, olharam-se, pouco falaram. Parecia que sabiam o que iria acontecer. Sequer uma emoção maior aconteceu. Ela contou que havia dito tudo ao noivo, que ele entendera e deixara por conta dela o resultado final. Aguardou uma resposta de Fábio, uma definição, uma palavra, qualquer coisa. Contendo a emoção Fábio disse-lhe que "ela deveria continuar com o seu noivo, que o noivo era muito melhor do que ele, etc....". Convenientes, quase covardes, mentiras! Abraçaram-se, quase choraram e foram embora. E o dia... continuou cinza.

Os dias seguintes foram de continuação dos festejos da Formatura. Missa, Colação de Grau, Famílias Felizes. Em momento algum dos festejos estiveram próximos; viram-se, de longe.
Na semana seguinte Ellena enviou uma carta a Fábio, com o recorte de uma crônica, falando de um acontecimento parecido. Chamou-o de covarde.

Ele guardou o recorte durante algum tempo. Ela...casou-se com o noivo.
BOTANDO A CASA EM DIA.
Vira e mexe acabo voltando ao Blogspot. As vezes penso em acabar com esse blog, mas, fico pensando que foi aqui que eu comecei a mexer com essa coisa que tanto me agrada.
Mantenho, pois; pelo menos como dever de gratidão!
ENTÃO...FICA!!!