terça-feira, janeiro 21, 2003

EU E O MESTRE JORGE AMADO

Com todo o respeito que o mestre Jorge Amado merece, topei a brincadeira proposta no Mundo Perfeito através o seu engraçadissimo e criativo Editor de Textos e criei o meu texto, segundo o Mestre. Com todo o cuidado, mas também morrendo de rir, publico a seguir o lance.

De quando Ogum novamente escutou Jurema

A lavoura de cacau pedia trégua. A fazenda Córrego Seco já não agüentava mais tanta devastação e pedia clemência da vassoura de bruxa. Da mesma forma que a cidade inteira pedia alguma solução. Enquanto coronel Prudencio especulava na capital alguma forma lucrativa de negociar a venda da sua propriedade, Jurema apelava para que Ogum mandasse embora aquela maldição. Com os homens sem dinheiro, ela e suas cabritas não tinham futuro. O despudoramento estava sendo substituido pelo desânimo. As carolas seriam as únicas felizes, porque só elas dão valor para a tristeza.
Até o paciente Rachid foi visto chutando um terno e gritando para a poeira que se levantava na frente da venda:

- Me diga

O cabra tinha enlouquecido. Não havia mais o cheiro de mungunzá saindo das janelas. A praga extinguiu também a possibilidade de possuir milho nas despensas. Não havia lugar nem mais para a paixão. Foi assim até o dia em que viram Jurema festejar. Era o sinal. Sempre que Ogum a ouvia, isso se repetia. Dito e feito. Em um mês a praga abandonava a cidade, a fazenda Córrego Seco e os pesadelos de Jurema, que - depois de ser ouvida -, resolveu toda noite em total despudoramento, dançar e exibir sua lindona coxa na frente da igreja, sem ligar para a oculta ameaça de uma faca..


Creio que o próprio Jorge Amado, vivo estivesse, com seu incorrigível bom humor, aproveitaria o Editor de Textos prá fazer a brincadeira

EU, QUASE IMORTAL!!!

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